Descrição
Ganhador dos prêmios Micheluzzi, Boscarato e Lo Straniero. Finalista do Festival de Angoulême.
Este trabalho foi traduzido com a contribuição do Centro do Livro e da Leitura do Ministério da Cultura italiano.
Dentro deste livro, temas e tempos se sobrepõe, se tocam, se entrelaçam. Davide Reviati fala da amizade, da época da adolescência e do seu fim. Mas também dos preconceitos, da crueldade, do medo do diferente, da fragilidade humana e das dores do amadurecimento. E o seu olhar intenso e poético torna-se universal para narrar, juntamente com o cotidiano provinciano, um pedaço da trágica história do povo cigano, perseguido sob todos os céus.
Cuspa Três Vezes gira em torno de Guido, Moreno (conhecido como “Grisù”) e Katango, um grupo de jovens que cresceram juntos no subúrbio rural. Eles frequentam a escola sem qualquer entusiasmo e seu tempo é feito de bares, bilhar, passeios de carro e noites esfumaçadas à beira do rio.
Uma família de nômades eslavos vive nas proximidades, em uma casa em ruínas. “Os ciganos, todos ladrões e sem Deus”, dizem os vizinhos, com desprezo. Entre os ciganos, está Loretta, uma menina selvagem, uma criança velha ou uma bruxa…
Ambos, os “gajes” (como são chamados os não ciganos) e os ciganos, confiam mais no corpo e nos gestos do que nas palavras. Continuam a circular para não parar e pensar, repetem seus ritos por instinto de sobrevivência. E o leitor é convidado a olhar e imaginar cenas nunca vistas, pensamentos nunca ditos.
No apêndice, uma biografia em quadrinhos da poeta nômade polonesa Bronislawa Wajs, a escritora que tentou se equilibrar entre o mundo cigano e o dos gajes.
Sobre o autor: Davide Reviati nasceu em 1966, em Ravena, na mesma região da Emilia-Romagna onde se passa esta história. Também como os personagens deste livro, estudou, sem muito entusiasmo, eletrotécnica na adolescência.
Hoje é quadrinista, roteirista de cinema e ilustrador. Cuspa Três Vezes (Sputa Tre Volte) demorou sete anos para ser concluído, fez Reviati ser comparado a Fellini e Pasolini, e rendeu a ele diversos prêmios, entre os quais o Micheluzzi, o mais importante dos quadrinhos italianos.
“Uma obra-prima em preto e branco.” – L’Humanité
“Fala com grande sensibilidade da amizade, da violência, da difícil convivência de culturas diferentes. Uma história magnífica.” – Le Monde
“Um trabalho autêntico e apaixonado.” – Comics Grinder
“Há algo de Pasolini no olhar de Reviati. Uma das vozes com mais personalidade nos quadrinhos italianos.” – Cartaditalia
“São mais de 500 páginas, mas as lemos como se fossem metade disso, graças à impressionante fluidez da narrativa e leveza da escrita.” – Internazionale
“Um livro imenso, onde nos perdemos nas mil torrentes de sugestões, pensamentos, raciocínios e emoções que ele suscita, e nos encantamos diante da beleza cristalina de seu desenho.” – Rolling Stone
“Assombroso e onírico, o livro de Reviati une a história do amadurecimento de Guido, um adolescente entediado que luta para se expressar, e a saga dos Stançiçs, uma família cigana que vive na periferia de uma pequena cidade italiana. Ao longo do livro, Reviati explora a intersecção entre história e memória, compondo em fragmentos que se dobram sobre si mesmos. Os traços de Reviati são seguros: sombras pesadas, rostos meio vazios, mas elegantemente realizados, uma arte elegante e meditativa, que captura a dor das perdas pequenas e grandes.” – Publishers Weekly
“É um raro prazer encontrar um romance gráfico onde desenhos enérgicos em preto e branco e um texto simples, mas eloquente, se entrelaçam com tanta harmonia, cada um aprimorando o outro. … Reviati oferece uma visão penetrante das angústias do amadurecimento em um mundo que está repleto de desconfiança, raiva e pobreza, mas ainda impregnado com o vibrante encantamento de ser humano.” – World Literature Today
“Cuspa Três Vezes é uma fábula ao mesmo tempo antiga e moderna. Ela suga você com sua realidade crua e então o lança em sonhos, pesadelos e fantasias que foram incorporados em nosso inconsciente coletivo por eras e mais eras. E, mais que tudo, eu acreditei em cada momento, cada imagem, cada palavra.” – Michael Imperioli
“Lembra uma versão rural e vagamente mística de Os Boas-vidas, de Fellini.” – Booklist
“Manifesto poético em branco e preto.” – Il Sole 24 Ore