Tradução: Alexandre Barbosa de Souza

A filosofia oculta, que combina o ocultismo — a teoria geral das virtudes secretas das coisas — com o esoterismo, transmissão da Tradição que constitui a chave de todas as religiões, reúne importantes conhecimentos apresentados neste livro: cosmogonias da Gnose e da Kabbala, que explicam as origens do universo e da humanidade, pesquisas sobre o poder místico dos números e a transmutação dos metais, o desenvolvimento de uma medicina universal realizado por matemáticos, alquimistas e médicos, métodos para evocar espíritos, utilizados por praticantes inspirados, e experiências sexuais fantásticas realizadas para influenciar os acontecimentos.

Aqui encontram-se tanto o histórico dessas práticas como estudos sobre diversos mestres ilustres ou injustamente esquecidos, além de análises de numerosos processos enigmáticos, que vão desde a goétia — a arte de comandar demônios — até a metoposcopia, técnica de adivinhação do futuro a partir das linhas da testa.

Com base em ampla documentação — antigos manuscritos de magia, tratados metafísicos em latim, materiais da Inquisição, atas de julgamentos por feitiçaria, entre outros —, o autor destaca a contribuição essencial do Ocidente e da civilização judaico-cristã para as crenças mágicas. Ao longo do texto, ele esclarece diversos pontos obscuros, revelando tanto o sentido das orgias gnósticas quanto o interesse pelas receitas médicas espagíricas. Com erudição e objetividade, este livro oferece ao leitor uma orientação segura para se guiar no labirinto das doutrinas misteriosas.

Sobre o autor:

Sarane Alexandrian (1927-2009), ensaísta, historiador da arte e romancista, fez parte do movimento surrealista, ao qual dedicou duas obras que se tornaram clássicos: O Surrealismo (1970) e Le Surréalisme et le rêve (1974), além de diversos ensaios como André Breton par lui-même (1971), Marcel Duchamp (1976) e História da Literatura Erótica (1989). Durante vários anos, atuou como crítico de arte na revista L’Œil e no jornal Arts, e como crítico literário no L’Express.