O mais importante mangá lançado no Brasil neste ano!

“Existem muitos mangakas querendo ser poetas, mas Sakaguchi é um verdadeiro poeta” – Osamu Tezuka

“Sakaguchi é meu herói (…) Ele é a ponte entre Tezuka e Katsuhiro Otomo” – Naoki Urasawa (Monster)

Ikkyu é o mais famoso monge budista da história do Japão. Filho ilegítimo do imperador Go-Komatsu, Ikkyu viveu no século XV e marcou decisivamente não apenas o budismo japonês, mas também o desenvolvimento de manifestações culturais que hoje simbolizam o Japão, como a cerimônia do chá, os arranjos florais e a caligrafia. Ao mesmo tempo, foi um herege que gostava de rir, principalmente da hipocrisia e da pomposidade burocrática da religião organizada. Ficou famoso como um asceta, um erudito e, ao mesmo tempo, um libertino. Tornou-se, assim, um herói popular do Japão e, no século XX, um herói da contracultura mundial.

Hisashi Sakaguchi era já reconhecido como um gênio do desenho japonês quando decidiu quadrinizar a vida de Ikkyu, fundindo história, folclore e a própria poesia de Ikkyu. O resultado é essa obra prima, vencedora do grande prêmio de excelência da Associação dos Desenhistas Japoneses.

Nesse primeiro volume, Ikkyu Terra, Sakaguchi fala da infância e adolescência de Ikkyu. É o período de legendárias demonstrações de seu talento precoce como pensador iconoclasta. Ikkyu aparece aqui como um garoto esperto autor de frases cheias de inteligência e humor, que o tornaram também um herói de livros infantis e até desenhos animados. Mas um menino que, depois, aprofunda o questionamento do mundo em que é criado. Ao mesmo tempo, Sakaguchi descreve com grande realismo um período conturbado da história do Japão.

Uma edição de luxo, enriquecida de notas e comentários.

“Seu nome é quase desconhecido entre nós e, no entanto, foi um dos maiores mangakás de sua geração. Foi um dos colaboradores mais próximos de Osamu Tezuka, e Naoki Urasawa o considera sua principal influência” – Les Carriers de la Bande Dessinée

“Existem muitos mangakas querendo ser poetas, mas Sakaguchi é um verdadeiro poeta. A poesia, as mensagens e os sentimentos que transbordam de suas obras são de primeira linha e autênticas” – Osamu Tezuka

“Sakaguchi é meu herói (…). Ele é a ponte entre Tezuka e Katsuhiro Otomo. Meu sonho de criar uma obra como a de Sakaguchi ainda está longe de ser realizado. Resta apenas manter em mente que tenho que desenhar mangá de uma forma que nunca desobedeça às muitas coisas que as obras de Sakaguchi me ensinaram” – Naoki Urasawa (Monster e 20th Century Boys)

“Extraordinária capacidade de desenho” (…) “a força avassaladora de seu poder expressivo” (…) “deslumbrante” – Yoshikazu Yasuhiko (Gundam)

“A verdade é que, desde que li Ikkyu pela primeira vez, sempre quis criar um mangá como o de Hisashi Sakaguchi. Tanto que até tentei tomar cuidado para não deixar meus desenhos e roteiros muito parecidos com os de Sakaguchi. Mesmo assim… são tantas as semelhanças! Preciso dizer que não é por falta de esforço da minha parte. Não é minha culpa! Na verdade, isso nos diz quão forte é a influência do trabalho de Sakaguchi” – Makoto Yukimura
(Planetes e Vinland Saga)

Sobre o autor:

Hisashi Sakaguchi nasceu no dia cinco de maio de 1946, em Tóquio. Aos dezessete anos, começou a trabalhar com Osamu Tezuka, e logo se tornou um de seus principais colaboradores, em animes como Astro Boy, Kimba, o Leão Branco e A Princesa e o Cavaleiro.

A partir dos anos 1970, foi se interessando cada vez mais por mangás. Fez parte, com Katsuhiro Otomo (Akira), do que foi conhecido como New Wave dos mangás nos fins
daquela década. Era já cultuado por outros desenhistas e editores. Mas sua carreira como quadrinista seguiu à margem das maiores editoras, porque Sakaguchi queria uma liberdade criativa para fazer suas experimentações. Ainda assim, apesar de sua ousadia, Ikkyu veio a ser
publicada na revista Afternoon (Kodansha), a principal revista de quadrinhos adultos do Japão que na mesma época publicava séries como Parasyte (de Hitoshi Iwaaki) e Blade (de Hiroaki Samura), Oh My Goddess! (de Kosuke Fujishima) e Gunsmith Cats (de Kenichi Sonoda).

Sakaguchi morreu aos 49 anos, no dia 22 de dezembro de 1995. Horas depois de entregar ao editor as últimas páginas de Ikkyu.

Agora, neste momento, está acontecendo tanto no Japão, quanto no Ocidente, o que a revista Les Carriers de la Bande Dessinée chamou de “renascimento Sakagushi”. Seu material foi redigitalizado e voltou a ser publicado. Um de seus mangás, Ishi no Hana, foi premiado no último Festival de Angoulême.