Descrição
Valongo, as marcas nas pedras do cais O Cais do Valongo, na região central do Rio de Janeiro, é um marco silencioso da história do Brasil. Entre 1774 e 1831, o Valongo foi o lugar das Américas onde mais desembarcaram africanos na história da escravidão moderna: cerca de um milhão de pessoas. Silvana Jeha e Braziliano apresentam uma narrativa gráfica que explora a importância desse lugar, entrelaçando ficção e pesquisa histórica, passado e presente.
Zola está grávida ao ser sequestrada por mercadores de escravizados. Seu filho, Maithica, nasce no navio negreiro durante a travessia do Atlântico. Apesar das condições terríveis por que passam, Zola e Maithica sobrevivem e é através da história deles que vamos conhecendo o que foi o Valongo.
O roteiro de Jeha revela a dura realidade do tráfico de escravizados, enquanto as ilustrações de Braziliano dão vida aos personagens que atravessam essa história.
Neste quadrinho, o Cais do Valongo é um espaço de memória e reflexão, destacando as marcas deixadas pela escravidão e seu impacto duradouro na sociedade brasileira.
Blurbs:
“Retrato ficcional de um fluxo afro-transatlântico, espécie de documentário tão vivo quanto a pedra velha e a palavra literária. O traço segue — balouçante, suingado — os passos de Zola descortinando palmo a palmo um novo Velho Mundo.” – Bernardo Oliveira, crítico, cineasta e escritor
“O Valongo para além da paisagem é um personagem que narra o acontecimento. Este, perdura no tempo e é um testemunho valioso para uma leitura da topologia da alma brasileira.” – Rodrigo dos Reis
Sobre o autor:
Silvana Jeha é doutora em história pela PUC-Rio. Pesquisa e escreve sobre populações marginalizadas do Brasil como artistas internos de manicômios, indígenas, escravizados, marinheiros, prostitutas e suas culturas como a tatuagem. É autora de Uma história da tatuagem no Brasil (Veneta, 2019) e coautora, com Joel Birman, de Aurora: memórias e delírios de uma mulher da vida (Veneta, 2022). Está preparando um livro sobre Arthur Bispo do Rosário.
Braziliano é quadrinista, ilustrador e muralista. Entra em 2016 no universo de quadrinhos independentes lançando junto com o coletivo MAZE a HQ Ciclo, participa em 2017 da coletânea Space Opera com a história “A Queda”;, em 2018 na coletânea Periferia Cyberpunk desenha “Iansã Ferida”, na coletânea Na Quebrada-Quadrinhos de Hip Hop em 2019 com duas narrativas, a “Sampleador” e ”Olido”, todas lançadas pela editora Draco. Em 2022 lança um Hipotetizine pela editora Hipotética chamado Little Nem.O: Tripping in Trapland.