Dez tributos musicais a Steve Biko

Por Rogério de Campos
26 de março de 2025 por
Dez tributos musicais a Steve Biko
Editora Veneta

Por Rogério de Campos

A música “Biko” foi uma das responsáveis por Peter Gabriel deixar de ser conhecido apenas como um ex-integrante do Genesis e se tornar um astro mundial. O álbum com a faixa, Peter Gabriel III, foi o primeiro dele a atingir o topo da lista de mais vendidos na Inglaterra. A música também teve um enorme impacto político e tornou-se um dos hinos do movimento internacional contra o Apartheid.

Mas Steve Biko foi homenageado por vários outros músicos. Listamos aqui dez tributos musicais feitos a ele por artistas como Steel Pulse, Tappa Zukie, Peter Hammill e A Tribe Called Quest, sendo alguns até mesmo anteriores à canção de Peter Gabriel.

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1. Biko — Manu Dibango e Peter Gabriel

Aqui a versão de Manu Dibango para “Biko”, de Peter Gabriel, que conta com a participação do compositor, da sul-africana Ladysmith Black Mambaso e do ugandense Geoffrey Oryema.


2. The Death of Steven Biko — Tom Paxton 

No início dos anos 1960, Tom Paxton foi mais ou menos o líder daquela turma que cantava folk em Greenwich Village, em Nova York. Gente como Phil Ochs, Mississippi John Hurt e Bob Dylan... Paxton seguiu seu caminho sempre engajado no apoio às lutas sociais e ambientais. Teve músicas gravadas por astros como Dylan, Marianne Faithfull, Johnny Cash e Harry Belafonte. Para seu disco de 1978, Heroes, compôs a canção “The Death of Stephen Biko”.


3. A Motor-bike in Afrika — Peter Hammill 

The bodies of Biko and Soweto poor,

the Christian message of Dutch Reform,

the sound of the monster, the motor-bike roar,

the hate in the eyes of the uniformed Boer,

the head and the bucket, the boot and the floor...

racial torture and racial war

in Afrika today.

Trecho da letra da experiência musical “A Motor-bike in Afrika” (1978), de Peter Hammill, um dos mais cultuados músicos do rock progressivo inglês.


4. Tribute to Steve Biko — Tappa Zukie 

O astro do reggae Tappa Zukie estava ligado. Em 1975, fez o hit “MPLA” em homenagem ao Movimento Popular de Libertação de Angola, que estava vencendo a luta contra o colonialismo português. E três anos depois, fez esse tributo a Biko no disco Peace In The Ghetto (1978). 


5. Biko’s Kindred Lament – Steel Pulse

The night Steve Biko died I cried and I cried

The night Steve Biko died I cried and I cried

Biko, O, Steve Biko died still in chains

Biko, O, Steve Biko died still in chains.

Biko died in chains, moaned for you

Do álbum Tribute to the Martyrs, lançado em 1979.


6. Biko — Sweet Honey in the Rock

Here comes Stephen Biko

Walking down the road

Hey, Hey, whatcha gonna do with Biko, Biko, Biko

Waters of fear and hatred

Waters of starving babies

Hey, Hey, whatcha gonna do with Biko, Biko, Biko

You can break one human body

I see ten thousand Biko's

O grupo vocal estadunidense Sweet Honey in the Rock, liderado por Bernice Johnson Reagon, gravou “Biko” em 1981.


7. Biko Drum — Christy Moore

Christy Moore é o principal nome do folk irlandês. “Biko Drum” faz parte do disco Unfinished Revolution (1987). 


8. Steve Biko (Stir It Up) — A Tribe Called Quest

Faixa de Midnight Marauders (1993), talvez o melhor disco de A Tribe Called Quest.


9. Steve Biko — Beenie Man

Emancipate yourself from mental slavery (Freedom Man)

None but ourselves can free our minds (Children of Soweto).

 “Emancipe-se da escravidão mental/ ninguém além de nós mesmos pode libertar nossas mentes”:  o jamaicano Beenie Man retoma um ponto essencial do pensamento de Steve Biko nessa faixa do album Many Moods of Moses (1997).


10. Song for Steve Biko — Moses Taiwa Molelekwa 

Em meados dos anos 1980, Molelekwa surgiu como um herdeiro de Abdullah Ibrahim ou de Herbie Hancock. Gravou com Miriam Makeba e Flora Purim, foi convidado por Hugh Masekela para fazer parte de sua banda e ganhou vários prêmios. Morreu jovem, em 2001, com apenas 28 anos. Essa gravação é, provavelmente, de 1997.


11. Bantu Biko Street — Simphiwe Dana

Nascida em 1980, Simphiwe Dana foi comparada diversas vezes à Miriam Makeba. Ela costuma cantar na língua xhosa — língua materna de Makeba, e também de Biko e Mandela. “Bantu Biko Street” faz parte do disco The One Love Movement on Bantu Biko Street (2006). É Simphiwe Dana que  aparece na foto que abre este texto.


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Como editor, Rogério de Campos lançou revistas como a Animal e a General, mangás como Dragon Ball e One Piece, e livros, muito livros. Como autor, publicou Revanchismo (2009), Dicionário do Vinho (2012), O Livro dos Santos (2012), Imageria (2015), Super-Homem e o Romantismo de Aço (2018), Uma História dos Quadrinhos para Uso das Novas Gerações (2022), Um Santo em Marte (2023) e O Segredo da Sedução do Inocente (2024).


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