Descrição
“Harvey Kurtzman é sem dúvida a influência mais significativa em mais de uma geração de quadrinistas.”
– Art Spiegelman
“Provavelmente os melhores quadrinhos de guerra já impressos.”
– Paul Gravett
“Eu queria dizer a verdade sobre as coisas. Ficava chocado com as mentiras nos gibis de guerra que as editoras vinham publicando… Aquele lixo não tinha nada a ver com a realidade da vida.”
– Harvey Kurtzman
O título de criador da revista Mad já teria sido mais do que suficiente para consolidar a figura de Harvey Kurtzman como um dos maiores mestres na história dos quadrinhos. Mas sua influência vai muito além do humor ácido e anárquico visto no Livro da Selva (Veneta, 2021) e nos primeiros números da revista. Antes mesmo da Mad, no início de seu trabalho para a lendária editora EC Comics, Kurtzman criou duas outras publicações que teriam imensa influência na evolução do meio: a Two-Fisted Tales e a Frontline Combat.
O ano era 1950, os Estados Unidos estavam tomados pela paranoia anticomunista e pelo furor patriótico provocado pelo envolvimento do país na Guerra da Coreia. Contra toda essa loucura, Kurtzman resolveu denunciar em seus gibis os horrores da guerra. Foi vigiado pelo FBI e espionado pelas Forças Armadas, mas as histórias que criou naquele momento tornaram-se clássicos e exemplos marcantes da coragem de um artista. Aqui, pela primeira vez, os quadrinhos de guerra distanciavam-se da visão maniqueísta do “nós contra eles”.
Focando na Guerra da Coreia, mas abordando também uma série de outros conflitos, desde a colonização do México no século XVI, passando pelos confrontos entre indígenas e contrabandistas na Amazônia, até as trincheiras da Sicília na Segunda Guerra Mundial, o quadrinista mostrou que a verdadeira face da guerra não tinha nada de bonita. No lugar de sargentos másculos e heroicos massacrando vilões estrangeiros animalescos, desprovidos de personalidade, o que temos aqui é um olhar sério e desolador sobre o horror e a loucura do campo de batalha, sustentado por uma pesquisa minuciosa e uma expressividade única.
Um Cadáver no Rio Imjin compila toda a produção desta fase, trazendo pela primeira vez ao Brasil as histórias que geraram uma verdadeira revolução na produção de HQs dos anos 1950. Algumas desenhadas pelo próprio Kurtzman, outras roteirizadas por ele com a arte daqueles que se tornariam alguns dos mais celebrados artistas do meio: Joe Kubert, Alex Toth, John Severin, Ric Estrada, Gene Colan, dentre tantos outros.
Tudo isso em uma verdadeira edição de colecionador, repleta de textos de apoio escritos pelos maiores especialistas em EC Comics (incluindo uma introdução exclusiva da edição brasileira, por Rogério de Campos), uma galeria com todas as capas desenhadas por Kurtzman, em cores restauradas, bem como diversas fotos e materiais raros da época.
Uma coletânea daqueles que foram “provavelmente os melhores quadrinhos de guerra já impressos” (segundo Paul Gravett) e uma leitura incontornável para todo leitor de quadrinhos que queira entender como chegamos até aqui.
Frases de Imprensa:
“Enquanto Kurtzman é muito celebrado pelos primeiros dias da Mad, seus contos sobre a Guerra da Coréia são muitas vezes subestimados. Eles prefiguram os romances e filmes recentes que desmitologizam a guerra. Como contador de histórias, ele era impulsionado pela necessidade de ser verdadeiro e jamais glamurizar o horror”
– The New York Times
“Seja você um fã veterano da EC Comics ou um novato, este é um livro que nenhum fã de quadrinhos pode ousar perder”
– Comics Review
“Um pioneiro na criação de quadrinhos de guerra mais realistas, que não tratam o inimigo como subumano ou inerentemente mau”
– SKJAM
“Kurtzman considerava a guerra ‘a doença mais feia com a qual os homens foram amaldiçoados’. Ele acreditava que, se mostrasse essa feiúra para as gerações mais jovens, estes poderia encontrar uma nova maneira de resolver seus problemas.”
– Comics Journal
“Alguns anos depois, o Homem de Ferro e o Hulk enfrentariam generais de olhos puxados na China Vermelha. Mas aqui, os chineses e os norte-coreanos são retratados como seres humanos, dotados da mesma propensão a falhar dos americanos.”
– Full Stop
“Histórias dotadas de uma grande dose de carisma, que ressalta os talentos de Kurtzman como cartunista.”
– CBR
“Kurtzman foi um deus! Um perfeccionista, um satirista, um parodista e um estilista, ele ensinou a todos nós”
– Terry Gilliam.
“A abordagem de Kurtzman para os quadrinhos de guerra foi, naquela época, única. Ele mostrou o horror e o desperdício dos combates sem subestimar o sacrifício e os esforços dos verdadeiros soldados”
– Taint the Meat
Sobre o autor:
Harvey Kurtzman (1924-1993) foi um escritor, artista e editor, cujo trabalho teve enorme influência sobre diversas gerações de quadrinistas e leitores, mas também sobre a sociedade norte-americana como um todo.
Em 1959, criou O Livro da Selva, considerado um dos primeiros romances gráficos, publicado no Brasil pela Veneta. Pouco tempo depois, revolucionou o gênero dos quadrinhos de guerra nas revistas Two-Fisted Tales e Frontline Combat, nas quais era editor e principal artista, e criou o imenso sucesso que foi a revista Mad, em 1952.
Sua última revista, a Help!, também apresentou ao grande público artistas como R. Crumb, Gilbert Shelton e Terry Gilliam. Kurtzman terminou sua carreira fascinante ao lado de seu colaborador de muitos anos, Will Elder, produzindo a tira “Little Annie Fanny”, que saiu na Playboy de 1962 a 1988, além de ter sido um dos primeiros roteiristas e diretores da Vila Sésamo em 1969.
Criado em 1988, o Harvey Awards, um dos prêmios mais respeitados dos quadrinhos, tem seu nome em homenagem a ele.