A Maldição dos Sapos
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Além de seu legado incontestável no cinema e na cultura brasileira, José Mojica Marins, mais conhecido como Zé do Caixão sempre teve uma relação próxima com os quadrinhos. Leitor assíduo, ele afirmava ter vendido “a maior coleção de gibis que o Brasil já viu”, para financiar seu polêmico filme O Despertar da Besta (1969), censurado pela ditadura militar por suas alusões ao uso de drogas.
Muito mais respeitado no exterior como o artista autoral que era, Zé possuía uma lista de fãs surpreendente, que incluía nomes como Johnny Ramone, Gaspar Noé, Rob Zombie, Darren Aronofsky e até mesmo Gilbert Hernandez, autor e criador da série Palomar (Sopa de Lágrimas, Diastrofismo Humano e Além de Palomar). Gilbert e seu irmão Jaime chegaram até mesmo a incluir referências ao personagem em suas histórias na revista Love and Rockets. Em uma entrevista concedida ao UOL em 2017, ele chegou a afirmar:
“Eu assisti “À Meia Noite Levarei Sua Alma” há muitos anos e me impressionei com as imagens. É um filme sem censura, especialmente os motivos religiosos. Quer dizer, ele tira a coroa de espinhos de uma imagem de Jesus e usa para espancar um homem. Ao mesmo tempo tem um lado meio “Os Três Patetas”, como quando ele aponta dois dedos para a câmera antes de arrancar os olhos de um cara. Eu e o Jaime ficamos impressionadíssimos.“
Os filmes de Zé do Caixão serviram de inspiração para inúmeras obras e adaptações, passando por gerações de quadrinistas que vão desde os clássicos do horror de Nico Rosso até as histórias de Juscelino Neco (autor de Parafusos, Zumbis e Monstros do Espaço, Zumbis para Colorir, Matadouro de Unicórnios e da vindoura adaptação de Reanimator).
Para homenagear a memória desta figura quase folclórica, resgatamos aqui uma história que Juscelino escreveu em 2009, narrando um dos casos mais loucos e surpreendentemente reais relatados pelo mestre do terror brasileiro. Com vocês, A Maldição dos Sapos:
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