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Prefácio de Meninas, por Ananda Luz

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Ninguém nasce gente grande. Toda pessoa adulta um dia foi criança e tem uma infância guardada nas suas memórias. Memórias de um tempo passado que podem ser revisitadas pelo adulto. Memórias que estão sendo construídas pela criança que vive a infância no tempo presente. Seja uma infância como lugar de encontro e de acalento, seja uma infância que pouco se quer lembrar, ela é esse lugar a ser habitado por todas as idades. Um lugar que não é fuga da realidade, mas encontro consigo mesma. Encontrar-se com esse estado de infância é um convite para você não se esquecer de quem é, de onde você veio, de quem segurou a sua mão e, principalmente, dos caminhos em que brincou e sonhou percorrer.

Sim, sonhar e brincar! Porque a infância é lugar para nossas muitas linguagens transbordarem. É lugar de experienciar de forma livre. É o espaço do sonhar, do brincar, do ficcionar a realidade, do querer, do saborear, do sentir, lugar de perceber as coisas do mundo de forma mais intensa, de modo que elas passem por todo o corpo e sejam vividas com todos os sentidos.

Ser criança é imenso! Porque é nesse momento da vida que encontramos todas as possibilidades de ser. Toda criança no seu fabular abraça o riso, se alegra com as miudezas, sente o vento guiar seus caminhos, se encontra com o plural da vida. Independentemente do que vive. A potência dessa etapa da vida é o encontro com nossa humanidade, por isso a pessoa adulta volta a ela para se lembrar.

Neste livro, Amma e Angélica, duas meninas que fabularam sobre os diversos lugares que queriam estar hoje, nos dão as mãos para podermos conhecer mulheres que, nas suas infâncias, brincaram de ler, de jogar bola, de nadar, de fazer música, de jogar búzios, de voar com pipas ou vaga-lumes… Meninas que quiseram e, mesmo sentindo aquele frio na barriga, combinaram de dizer sim à vida, questionaram o que estava pronto e encontraram lugares seguros para as suas existências.

São dez mulheres brasileiras. Algumas velhas conhecidas. Outras, talvez, apresentadas hoje. Dez mulheres que fazem a história acontecer, e mesmo as que não mais estão no tempo presente, de muitas formas, ecoam. E reverberarão ainda mais depois dessa leitura, um chamamento para que outras contemplem o olhar inaugural de cada uma delas diante da vida que escolheram viver.

Meninas é convite para todas as idades. Para aquela idade bem pequena com um adulto ao lado para ler junto. Para aquela que já quer caminhar sozinha pelos mundos dos livros ou que já não é tão pequena assim, mas que vai encontrar inspiração em cada história presente neste livro. Meninas é uma história para habitar multidões.

 

Livros à mão] Epistemologias do Extremo Sul, por Ananda Luz

 

 

 

 

 

Ananda Luz é pedagoga, curadora e pesquisadora. Mestre em Ensino e Relações Étnico-Raciais (UFSB), doutoranda em Difusão do Conhecimento (UFBA). Atua nos coletivos de coordenação dos cursos
de pós-gradução O Livro Para a Infância e Educação e Relações Étnico-Raciais n’A Casa Tombada.

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