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Marcelo Lima: “Afrofuturismo expande imaginário das crianças”

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 Marcelo Lima, autor de Os Afrofuturistas, conversa com a OH! sobre o novo lançamento, interesse por jogos e afrofuturismo

Por Seham Furlan

Capa de Os Afrofuturistas, de Marcelo Lima e Renato Barreto.

Quando criança, Marcelo Lima gostava de inventar histórias para seus personagens preferidos, dando liberdade à própria imaginação. Também gostava muito de brincadeiras de jogos, assim como as personagens de seu novo livro, Os Afrofuturistas, escrito com o animador e artista visual Renato Barreto e apoiado pelo programa Rumos Itaú Cultural.

O livro conta a história de três irmãos, Tereza, Cosme e Dandara, que precisam se conectar com a ancestralidade negra para salvar o pai, capturado pelos monstrinhos Kips. Acompanhado por um glossário de mitologia e história africanas, a HQ apresenta a noção de afrofuturismo para as crianças. É por meio do cenário, personagens, objetos e trajes que elas conhecem o conceito.

Marcelo Lima. Arquivo pessoal.

Marcelo é roteirista de HQs, audiovisual e venceu o Troféu Ângelo Agostini com a história Lucas da Vila de Sant’Anna da Feira. Em entrevista ao blog da OH!, Marcelo conta sobre um pouco sobre o surgimento de seu interesse pela escrita, as brincadeiras da infância e a importância de uma HQ afrofuturista. Leia a seguir:

OUTRA HISTÓRIA: Como você começou a escrever? O que gostava de ler na infância?
MARCELO LIMA: Comecei a escrever como um exercício de imaginação infantil, muito conectado ao meu amor por jogos – tanto eletrônicos quanto de tabuleiros –, HQs e animação. Lembro muito de escrever fanfics de personagens que eu gostava, como o Homem-Aranha, o Zé Carioca, o Sonic, e também de escrever aventuras de RPG para jogar com minha turma de amigos. Minhas HQs favoritas quando criança eram os do universo de Patópolis – Donald, Margarida, Tio Patinhas – que, depois descobri, eram escritas por Carl Barks, desde então um dos meus roteiristas favoritos.

 

OH!: Quando criança, quais eram suas brincadeiras preferidas?
M.L.: Amava brincar de “pisa-pé”, que aqui na Bahia a gente chamava de “Chocolate Nestlé” e que consistia em tentar pular no pé do outro e alternar entre os participantes. Também amava “esconde-esconde”, “pega-pega” e depois teve um momento – a fase em que as locadoras de games começaram a bombar no interior – em que me virei totalmente para jogos eletrônicos e RPGs.

Marcelo Lima. Divulgação.

OH!: Como você entrou em contato com o afrofuturismo? Quais os seus autores/artistas favoritos desse movimento?
M.L.: Não lembro exatamente como, mas provavelmente foi por meio da obra de Fabio Kabral, autor brasileiro de afrofuturismo. Para me aprofundar, contudo, foi na leitura do livro Afrofuturism, de Ytasha Womack – infelizmente acho que ainda não tem traduzido em português. Dentre meus favoritos estão Octavia Butler, e seu livro Laços de Sangue, e os trabalhos de Sandra Menezes, Eric Paiva, Ale Santos e Henrique André.

OH!: Qual a importância de um quadrinho afrofuturista para crianças?
M.L.: O resgate de referências históricas e mitológicas afro-brasileiras no entretenimento infantil expande o imaginário das crianças. Permite que elas explorem pontos de vista que ainda estão subrepresentados, ajudando crianças não negras a compreender valores de inclusão e trazendo autoestima para crianças negras, que se sentem representadas e estimuladas a projetarem um futuro repleto de experiências fantásticas.

Marcelo Lima. Arquivo Pessoal.

OH!: Como foi o processo de criação com Renato Barreto?
M.L.: Eu e Renato somos parceiros de criação desde 2015 (logo, logo a parceria faz uma década) em desenhos animados, longas e séries, que foram desenvolvidos

para produtoras independentes brasileiras. É o caso de Auts, série criada por Renato e protagonizada por uma criança autista e, mais recentemente, Galera da Praia, que está indo ao ar pela TV Rá-Tim-Bum. Devido a essa parceria de longo prazo a gente tem uma sintonia muito grande e conversa muito sobre cada quadro e painel buscando aprimorar a história e não foi diferente em Os Afrofuturistas. Enquanto rascunhava cada página da HQ não era raro que a gente trocasse impressões sobre o jeito de falar dos personagens para afinar melhor como cada um deles age e pensa. Foi um processo muito

bom, cheio de idas e vindas!

OH!: Com qual personagem de “Os Afrofuturistas” você mais se identifica? Por quê?
M.L.: Tereza e por dois motivos: sou fã do Homem-Aranha, rs, e porque ela é interessada em vários campos diferentes de nerdices e eu me sinto da mesma forma.

 

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